A Emoção de uma Viagem


A Emoção de uma Viagem


Na nossa cidade temos um grupo que se reúne uma vez por mês para discutir coisas importantes e que de uma maneira ou de outra beneficiem as pessoas da nossa comunidade.

No mês passado nos reunimos e traçamos um plano para realizarmos um concurso, funcionava assim:  as pessoas que quisessem participar tinham que descrever uma viagem feita por elas, dez trabalhos foram escolhidos.

Depois de encontrar o local, convidar as pessoas para fazerem parte do júri e saber qual seria o prêmio oferecido pelos promotores, era hora da realização do evento. Os trabalhos foram sorteados.

O trabalho que ganhou estava maravilhoso e ganhou o prêmio e a aprovação de todos.

Resolvi descrever a minha viagem porque ela foi emocionante.

Treze pessoas faziam parte da viagem, 10 viajaram em carros e eu, minha filha Madel e meu neto João Gilberto fomos de avião.

As passagens foram compradas em setembro para viajarmos em janeiro. Enquanto esperávamos chegar o mês da viagem, a companhia de aviação trocou o horário do voo que era para chegarmos às 9h , foi trocada para chegarmos às 16h30min do dia quatro de janeiro.

Chegamos ao aeroporto (Lísias Rodrigues, em Palmas), com uma hora de antecedência, viajamos sem qualquer contratempo até chegarmos a São Paulo quando faríamos uma conexão. O tempo estava ruim e o avião não pôde descer, quando autorizaram a descida, alguns passageiros resolveram ir ao banheiro e a descida foi interrompida, ficando o   avião voando por quase uma hora, os passageiros estavam aflitos e o comandante avisou que não podendo pousar em “Congonhas” tentaria em Guarulhos, também não deu certo e  novamente o comandante avisou: vamos tentar no aeroporto de outra cidade  "Campinas”,  graças a Deus depois de grandes turbulências o avião aterrissou de forma seguraO comandante foi aplaudido por todos os passageiros.

Ao chegarmos ao Aeroporto de Campinas foi uma correria para retirarmos as malas, minha filha Madel se dirigiu ao balcão da companhia e nos informaram que a “Azul” parceira da “Gol”, disponibilizara três passagens, mas que o avião decolaria em 10 minutos e era preciso correr.

Corremos  para não perdermos  o voo, cheios de bagagens e eu em uma cadeira de roda (sendo os aeroportos muito grandes e a distância para chegar até o embarque é longa, solicitei o auxilio de uma cadeira de rodas, assim facilitaria a minha locomoção). Meu neto que empurrava a cadeira de rodas falou: - vó se segura porque é preciso corremos e assim chegamos a tempo.

Chegamos ao Rio com grande atraso, pois já era 17h30min e o motorista do táxi nos aguardava para irmos a “Cabo Frio”. Daí em diante, ficamos calmos e chegamos, encontrando nossos familiares que nos esperavam com muito carinho.

Em Cabo Frio era só alegria ficamos todos juntos e eu me senti muito feliz ao ver as irmãs (4): nas praias, nas compras, nas conversas, lembrando a época da infância e da adolescência.
Como tudo na vida é passageiro depois de 15 dias de férias ao lado dos nossos familiares é hora de voltarmos para nossas cidades e nossas casas, meu coração está apertado, pois novamente vou deixar minha filha, mas agradecida por Deus nos ter dado a graça de passarmos dias tão inesquecíveis ao lado de pessoas tão queridas.

O motorista contratado foi nos buscar em casa (Cabo frio) para nos levar ao aeroporto no Rio de Janeiro,  depois de duas horas de viagem chegamos. O voo  atrasou meia hora e só  chegamos ao aeroporto de Congonhas (SP) depois de uma hora de voo. chegamos a tempo de fazermos a conexão, mas  como as pessoas que usavam cadeira de rodas como eu, desembarcavam por último e a demora para chegar o carro de apoio para o desembarque, perdemos a conexão.

Novamente tivemos que retirar a bagagem, uma grande espera, e desta vez só eram eu e minha filha, solicitamos  ajuda  de um funcionário da companhia aérea, depois de retirar a bagagem, fomos conduzidas  ao balcão para fazermos um novo check-in, nos encaminharam para um novo voo e nós pensamos que seria no mesmo aeroporto e nossa surpresa foi quando nos disseram que teríamos que embarcar em outro aeroporto, não sabíamos a distância e só depois de estarmos no táxi e termos andado um tempo, o motorista quis saber o horário do nosso voo e nos disse a distância que iríamos percorrer  45 km, imagina ... São Paulo, uma sexta-feira, final de tarde.   Saímos às 15h35min e o voo seria às 17h10min , o motorista riu e disse: estão tirando sarro  com a cara de vocês, pois estou fazendo o possível, mas com certeza não chegaremos no horário.
  
Chegamos a Guarulhos, fiquei no táxi e minha filha  foi direto ao balcão da companhia, LATAM, agora outra companhia parceira e como não era surpresa, o avião já tinha decolado. Ela voltou com uma cadeira de roda, depois de "brigar" com os atendentes, pois os mesmo falaram que a empresa que tínhamos comprado a passagem teria que  resolver o problema,  disponibilizaram uma cadeira de roda e um auxiliar para empurrar  a cadeira,  e ela levar a bagagem até o balcão da companhia onde tínhamos comprado nossas passagens. 

Já era quase noite e a única refeição que tínhamos feito foi no Rio de Janeiro às 8h da manhã e no avião aquelas conhecidas sementes que quando estamos com fome dá vontade de chorar.

No aeroporto nem água podíamos tomar, porque senão minha filha que estava na fila perderia o lugar. Só ai fomos avisadas que não tinha mais voo naquele dia. Aproveitamos para fazermos um "jejum". 

Depois de muita luta, e um descaso pelos atendentes, encontramos uma alma caridosa que se sensibilizou com a nossa saga, fomos conduzidas a um hotel há 45 km de onde estávamos, sendo que já tínhamos vindo de lá.

No hotel Jantamos, porque estávamos famintas, tomamos banho, dormimos e ficamos até às 10h30min, resolvemos chegar ao aeroporto mais cedo para não acontecer nenhum imprevisto, pedimos um “UBER” , pois no hotel só tinha uma van que transportava as pessoas ao aeroporto,  fomos para o aeroporto e viajamos às 14h30min. 

Depois de um voo de 2 horas chegamos ao destino final da nossa viagem, cansadas, mas aliviadas e pensando: na vida tudo é passageiro... Voltamos e apesar do meu coração ficar apertado, temos que dar graças a Deus de passarmos dias tão inesquecíveis ao lado de pessoas  amadas e assim terminou aquela viagem,   cheia de surpresas  e que apesar das dificuldades nos deu muita alegria...

 Adalgisa Nolêto Perna





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